Fátima Felgueiras - A Grande Cabala

Na Crónica sobre o Mensalão no Brasil terminei com estas palavras premonitórias:
Quem na posse integral das suas faculdades quer ver Fátima Felgueiras nua nas páginas da Playboy? Quem quererá ouvir as confissões do Major vestido de tailleur rosa-choque E a Madeira? Infelizmente, Alberto João Jardim no desfile de Carnaval já nos mostrou o seu cuecão. Esperemos que para a próxima Carnaval se mascare de saco de adubo. Pois a realidade ultrapassa a pior das ficções. Mais uma vez tirem-me-deste-filme apresenta um rigoso exclusivo:

Em momentos de aperto autarcas de tanga mas sempre elegantes e dignos

Para esta saison os presidentes de câmara, vereadores, vogais e outros autarcas, confrontados com os sufoco das finanças locais, os apertos dos sacos azuis e as facas na liga de clubes recorreram à moda da tanga e ao estilo cândido tão ao gosto de Voltaire. Uma tendência que lhes vai tão bem e sempre do agrado popular.

A grande precursora é indubitavelmente Fátima Felgueiras que lançou com grande sucesso a moda da cabala miserável com voz embargada e andar firme nas passarelles e frente às câmaras (todas as câmaras, mesmo as mais ardentes))

Fátima mostra com desenvoltura os seus dotes naturais, apenas coberta com um discreto bikini com motivos decorativos inspirados na tradição tão portuguesa da barraca de praia

Ja o Major Valentim Loureiro mostra-nos um muito bem conseguido conjunto de saia-casaco para ocasiões que exigem uma certa formalidade e vamos lá mesmo dignidade. O rosa-choque impõ-se já que o laranja não conduz já com os olhos avelã e a tez clara do Major. O corte é decididamente pós-Chanel. A pochette e outros acessórios dão o tom de requinte insuspeito. Bravo!

Valentim mostra com garbo um simples mas elegantíssimo vestido de noite cortado a direito, simples no seu corte, ousado no decote em mise en abime. Uma peça feita em linho muito cru de uma espantosa resistência, cobrindo-lhe com grande elegância entorses e artroses.

Este modelo inspirado no clássico Gisella tem um corpete justo, bem cintado, realçando a elegância das formas, complementado por um ligeiro tutu que permite entrevêr um levíssimo folheado. Este modelo de seu nome O Pito Dourado poderá vir a ser escolhido para uniforme dos fiscais de linha dos estádios portugueses. O major, responsável pelo projecto, encontra-se já em conversações adiantadas.

Mangas tufadas, faixa acetinada moiré, pequena boina de veludo e bainha decidamente recortada também ela acetinada. Um estilo que o Major assume com natural jovialidade não se deixando incomodar pelo espartilho e o corpete bem cintado. Parabéns Major!

Para finalizar Alberto João aposta num modelo radical feito de aproveitamento de uma saca de adubo em jeito de balandrau, discretamente evasé com um cuidadoso pesponto de ráfia a realçar os acabamentos superiores e inferiores. O lindo barrete é um engenhoso aproveitamento de um saco de água quente com uma pena de pavão a desafiar o equilíbrio do conjunto.