Cerco mediático
A 26 de Abril de 1974 o professor de francês da velha guarda entregou as provas feitas na semana anterior. Num rígido ritual, cada aluno era chamado ao estrado e recebia o teste e a nota. Um colega mais saliente viu a nota e fez uma careta. O professor certamente perturbado pelo reality show do dia anterior perdeu a compostura e despachou um estalo ao saliente. Fascista! Gritou o aluno. Em seguida, primeiro em surdina e depois num barulho ensurdecedor de carteiras e pateada, lançámos o primeiro movimento de contestação pós-25 de Abril. “Fascista! Fascista! Fascista!”. Nesse momento foi anunciada a morte da autoridade baseada na repressão. O professor implodiu. Até ao final do ano lectivo passou pelas aulas e corredores com menos substância que o fantasma da Notre-Dame. Reformou-se pouco depois.
Sempre houve e haverá professores mongas e professores psico-rígidos. Sempre houve e haverá alunos reguilas e terminators. Mas tal como na economia estamos perante um problema de escala. No passado a dimensão era a turma e as quatro paredes da sala. Hoje a escala é nacional ou global. A relação é a mesma. Testar os limites da autoridade, uma luta de poder num espaço fechado que pode ser um jogo de estratégia como um confronto permanente.
A burrada é o tempo de antena que se dedica a estas coisas. A burrada é chamar a polícia, advogados e juízes para a colação. É uma burrada com muito coice para o ar e uma grande zurrada histérica.
O defunto (e não saudoso programa) da SIC “Cenas de um Casamento” começou com casamentos modestos. Rapidamente entrou numa espiral de efeitos especiais: banda, cascatas de flores, pajens, damas de honor, largada de pombos, balões, foguetes mísseis anti-aéreos. Quanto mais espectáculo, melhor! Um casamento da parvoíce com a telegenia.
O presente programa de televisão “Cenas de uma aula” começou ao empurrão e à sarrafada. Em breve partiremos para o tabefe e a canelada, seguido da facada e do estrangulamento e finalmente com linchagens e autos de fé. Infelizmente ainda não se podem mandar os redactores dos telejornais para Guantamano por incitamento ao terrorismo. Qual é o adolescente que vai perder a oportunidade de ser anti-herói? Em grande escala. À grande. À maneira.
Os três canais generalistas deixaram de apresentar notícias. São espectáculos de circo. Vamos ver a trapezista do Chen, do Cardinalli ou do Mariano? O programa da SIC era apresentado por um ex-palhaço falhado. Actualmente os pivots dos telejornais são os palhaços ricos que vem apresentar os vários e arriscados números. Quando (amanhã ou depois) passar o centésimo vídeo onde uma professora está prestes a receber um pêro, um banano ou outra peça de fruta da época, Rodrigues dos Santos com a sua voz de desastre eminente dirá: “Cuidado Nildita! A pista está escorregadia”
Sempre houve e haverá professores mongas e professores psico-rígidos. Sempre houve e haverá alunos reguilas e terminators. Mas tal como na economia estamos perante um problema de escala. No passado a dimensão era a turma e as quatro paredes da sala. Hoje a escala é nacional ou global. A relação é a mesma. Testar os limites da autoridade, uma luta de poder num espaço fechado que pode ser um jogo de estratégia como um confronto permanente.
A burrada é o tempo de antena que se dedica a estas coisas. A burrada é chamar a polícia, advogados e juízes para a colação. É uma burrada com muito coice para o ar e uma grande zurrada histérica.
O defunto (e não saudoso programa) da SIC “Cenas de um Casamento” começou com casamentos modestos. Rapidamente entrou numa espiral de efeitos especiais: banda, cascatas de flores, pajens, damas de honor, largada de pombos, balões, foguetes mísseis anti-aéreos. Quanto mais espectáculo, melhor! Um casamento da parvoíce com a telegenia.
O presente programa de televisão “Cenas de uma aula” começou ao empurrão e à sarrafada. Em breve partiremos para o tabefe e a canelada, seguido da facada e do estrangulamento e finalmente com linchagens e autos de fé. Infelizmente ainda não se podem mandar os redactores dos telejornais para Guantamano por incitamento ao terrorismo. Qual é o adolescente que vai perder a oportunidade de ser anti-herói? Em grande escala. À grande. À maneira.
Os três canais generalistas deixaram de apresentar notícias. São espectáculos de circo. Vamos ver a trapezista do Chen, do Cardinalli ou do Mariano? O programa da SIC era apresentado por um ex-palhaço falhado. Actualmente os pivots dos telejornais são os palhaços ricos que vem apresentar os vários e arriscados números. Quando (amanhã ou depois) passar o centésimo vídeo onde uma professora está prestes a receber um pêro, um banano ou outra peça de fruta da época, Rodrigues dos Santos com a sua voz de desastre eminente dirá: “Cuidado Nildita! A pista está escorregadia”
Etiquetas: filme de horror
1 Comentários:
Popeline,
Óptimo post! Sofia
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