José Cid - cem anos de trivia

Já vos dei camp e kitsch, falta agora, para honrar os compromissos deste blog, a prometida trivia. José Cid é do melhorzinho nesta categoria, pois é demasiado assustador para ser camp, demasiado azeiteiro para ser kitsch. E os anos não ajudaram, antes pelo contrário.

Restam terríveis recordações como o refrão “Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti. Escondi um cacho debaixo da cama e comi, comi.” - link para ouvir a canção toda (felizmente sem imagens).Ou “A Anita não é bonita mas acredita que a noite cai”. Os anos oitenta foram de facto anos terríveis!

José Cid fez uma última tentativa desesperada no equinócio da sua carreira. Foi fotografado nu com um disco de ouro a tapar-lhe as partes. Mas nem assim conseguiu emergir do lodaçal da mais indigente trivia. Ele ainda tenta nos grandes palcos mundiais como o Casino da Póvoa no Festival do Bacalhau, mas já não há esperança.

Mas inicialmente Cid tinha imenso potencial camp e kitsch. Perdeu-se e é pena. Muito décadas antes do Festival do Bacalhau, Cid era mais favas com chouriço. - link

"dou um beijo no escrivão e não toco na secretaria que é tão boa"?!

É que nem o olho de vidro e o capachinho explicam uma coisa destas!

E se querem mesmo continuar, aqui esta a canção que no festival nacional em Março de 74 ficou em segundo lugar, logo atrás de "Depois do Adeus" com Paulo de Carvalho que, como é sabido, serviu de primeira senha na radio antes da Grandola para pôr a revolução de Abril em marcha. Ja imaginaram se Cid tivesse ganho com o seu conjunto de animadas pandeiretas, o rumo que a revolução poderia ter tido? Frases como "mas nesse reino distante quem tinha um olho era rei" poderiam ter mudado o país. Assim foi tão só um momento de auto-promoção do próprio Cid. Bem haja por este bocadinho. - link