TIREM-ME DESTE FILME

de todo mal que se disse só pecou quando foi brando

26.11.06

Nápoles



Nápoles é uma cidade fascinante e lindíssima. Não conheço cidade mais orgânica. Infelizmente está mais uma vez com uma grave infecção. Depois de anos a recuperar das misérias do passado caiu outra vez a pique. Está nas mãos dos camorristas com tiroteios nas ruas em pleno dia e agarradinhos a chutarem-se no centro. Para nós que vemos Lisboa evoluir devagarinho, tão devagar que parece parada, Nápoles parece um outro planeta. Um planeta com uma órbita errática. Muto diferente de Lisboa, apesar das colinas e miradouros, dos funiculares e do barroco, do mar e da luz.

O Liberation publicou esta fotografia dos corpos a espera de serem retirados depois de mais um tiroteio. O homem na imagem é um funcionário da agência funerária. O ar é péssimo. Parece um camorrista. Talvez seja. Talvez a coisa esteja tão bem organizada que as vítimas tenham que ser enterradas por uma filial da Camorra. Parece absurdo? Já viram bem o ar do homem, como quem está a deitar contas ao negócio?

Em Portugal é prática corrente os funcionários dos hospitais receberem comissões das funerárias para encaminharem as famílias enlutadas para os seus serviços. O princípio é o mesmo, mas os gatos- pingados que nos aparecem têm um ar mais lustroso e menos cabedais. Em Nápoles não é só o casamento que é feito à italiana

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