Os mandamentos do passageiro
As novas normas para as bagagens de mão são tão ridículas que até dá dó. Não levarás líquidos, mas comprarás bebidas e perfumes nos duty free. Não deixarás de cobiçar os cosméticos caros do próximo num saco herméticamente fechado nas horas de espera que te esperam. Não mostrarás nervosismo nas bichas quilométricas dos aeroportos, pois poderás ser considerado suspeito. E não terás mais de dois carimbos de países árabes no passaporte quando embarcares para os Estados Unidos. Querem-nos impor uma sociedade baseada no medo e na insegurança para que toda a casta de disparates e arremedos securitários pareçam normais. Mas que não nos impeçam de continuar a consumir desenfreadamente. Que ninguém toque na liberdade do consumidor!
Entretanto em Bruxelas há ilegais que continuam a subir a uma grua instalada ao lado do Palácio de Justica. Lá do alto ameaçam jogar-se cá em baixo se não obtiverem a legalização. Aparece, do nada, um aparato policial e de bombeiros digno de um filme catástrofe. O trânsito é cortado até se arrancar o desesperado da grua à força.
Tanto nos aeroportos como no caso da grua já achamos tudo normal. Afinal, há quantos anos andamos a ver filmes catástrofe nos multiplexes? Tirem-nos deste filme.
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