TIREM-ME DESTE FILME

de todo mal que se disse só pecou quando foi brando

16.5.08

a favor do acordo ortográfico


Como se não houvesse mais nada com que nos ralar. Alguns argumentos contra são válidos. Contudo, a maioria baseia-se na emoção, no sentimento. A língua será a minha pátria mas não é a minha amázia. Os (muitos) que estão do contra tratam a língua como uma amante. Agora têm um ataque de ciumeira obsessiva e quase patológica porque a amante vai mudar de penteado e sapatos. A língua pode ser uma senhora ou uma puta mas sempre uma grande mulher. A ortografia é uma convenção. Pode ser mudada. Como já foi. Mais que argumentos basta espreitar qualquer acordo ortográfico anterior.
Quando eu nasci, em 1961, 40% dos portugueses eram analfabetos. Escrever era apanágio dos escribas e dos meirinhos. Os que escreviam chamavam a língua sua e não nossa.
Infelizmente em vez de um debate racional e ponderado temos muito barulho para nada, bem ao estilo português: agarrem-me senão desgraço-me! Ai, a minha biblioteca que vai ficar demodé! Ai, os meus pergaminhos amarelecidos! Ai que a minha língua pôs uma saia de baiana e anda a bambalear o cu.
Deixem-se disso. Querem uma língua universal ou querem ser reduzidos a castiços, caseiros e very typical?


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3 Comentários:

Às terça-feira, 20 maio, 2008 , Anonymous Anónimo disse...

O Acordo não vai tornar a língua universal.
Quero continuar a ler Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca em "brasileiro".
E não imagino "Os Maias" em português do Brasil.

 
Às terça-feira, 20 maio, 2008 , Blogger jcsmadureira disse...

Eça de Queirós afirmou um dia, a propósito da "língua" brasileira, que era português com açucar. Não sei se apenas se referia à língua falada. De todo o modo, a língua, falada e escrita, carrega consigo uma mundivivência e mundividência próprias, determinadas pelo uso e costumes de um povo. Pretender determinar o uso e os costumes de um povo por decreto, sob o pretexto da universalidade, parece-me pouco democrático e absurdo. A mais universal de todas as línguas, o inglês, não se universalizou em virtude de quaisquer acordos linguísticos entre ingleses, americanos, escoceses e neo-zelandeses, mas sim fruto do poder económico de ingleses e americanos.

 
Às quarta-feira, 21 maio, 2008 , Blogger popeline disse...

É bom o debate. Talvez nao se universalize com o novo acordo ortográfico mas creio que também nao sairá maltratada com a aprovaçao do mesmo. Excepto neste cometário pois estou num teclado coxo

 

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