Sócrates vaiado no PE

Desconfiem do que vão dizer os jornais e televisões sobre os incidentes no Parlamento Europeu. Popeline esteve lá! (ao fundo à esquerda do ecrã de balde e esfregona). O Grupo Esquerda Unida (onde está o PCP e o Bloco de Esquerda) levaram para o hemiciclo faixas a exigir o referendo do novo tratado. Sem mais. As vaias e e a longa pateada vieram, de facto, de ala direita: da malta do Le Pen, do partido nacionalista britânico e irlandês, dos polacos do partido da família, tradição e mais não sei quê, e da UEN que defende a pena de morte ( grupo por onde andou o PP antes de se render aos encantos dos democrata-cristãos). É costume a extrema-direita fazer barulho quando espuma da boca, mas tamanha arruaça nunca se tinha visto. Goebbels dizia que se deve utilizar todos os instrumentos oferecidos pela democracia para a destruir por dentro. O que se viu foi um triste espectáculo de fascistas que nem "neo" são. Assim foi hoje também. Ao ler a notícia no Publico Popeline ficou estarrecido. Exige-se mais rigor dos jornalistas. Dizer que Socrátes foi vaiado pela esquerda é uma fantasia ou jornalismo feito com os pés. Foi lamentável? Foi. Se a notícia continuar a sair assim nos meios de comunicação será não apenas lamentável mas também grave.

Deputados da extrema-esquerda e extrema-direita exigiram referendo ao novo tratado
UE: Carta dos Direitos Fundamentais proclamada em sessão agitada
12.12.2007 - 15h57 AFP, Lusa
Os dirigentes das instituições europeias e os eurodeputados proclamaram hoje, em ambiente agitado, a Carta dos Direitos Fundamentais, parte integrante da defunta Constituição Europeia, (...) decorreu na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, foi várias vezes interrompida pelas vozes de protesto de vários eurodeputados dos dois extremos do hemiciclo, defensores da ratificação por referendo do novo tratado europeu. A manifestação foi promovida pelo Grupo da Esquerda Unitária – que integra as delegações portuguesas do PCP e Bloco de Esquerda –, para "tornar claro" ao presidente da Comissão Europeia e a José Sócrates "que não podem ignorar as opiniões dos cidadãos europeus na questão do futuro da Europa", mas ao coro de protestos juntaram-se os deputados "eurocépticos", designadamente britânicos. “Apesar dos gritos”, “esta é uma data fundamental para a história europeia”, afirmou o primeiro-ministro português, presidente em exercício da UE (...)

do site do Público

A propósito, a Polónia e o Reino Unido ficaram foram da Carta. Porquê? Os polacos têm medo que os homossexuais e as lésbicas façam valer os seus direitos nas instâncias europeias. Os britânicos querem evitar que os trabalhadores do país comecem a contestar direitos laborais suprimidos no tempo da Maggie e negar-lhes horários de trabalho decentes. Cambada.