O Publico mudou. Harghh!
Só agora descobri que o Público mudou de figurino. É pena, pois agora o jornal parece um travesti do Diário de Notícias. O editorial no fim, o Bartoon perdido no meio de páginas coloridas, enfim um momento infeliz dos gráficos.
Mas uma desgraça nunca vem só. Os colunistas, no grafismo anterior, vinham acompanhados da respectiva fotografia trabalhada com um programa de computador que lhes dava um ar de rabisco nervoso, dinâmico e sobretudo jovem.
A nova versão apresenta-os a cru. Poucos escapam ao desafio da modernidade. Se Constança Cunha e Sá sai airosamente do confronto, se António Barreto mantém o ar vivo e luzidio, já dos outros colunistas não se pode dizer o mesmo. Reparem no retrato de Eduardo Cintra Torres. É o que dá tantas horas de televisão! Cintra devolve-nos no olhar algum tédio, repugnância e o mesmo ar precocemente envelhecido dos comandantes de bordo da TAP que já fizeram muitas milhas e muitas horas de despressurização nas cabines.
O caso mais gritante é José Pacheco Pereira que no antigo Público parecia um neo-romântico. Pois os anos passaram-lhe por cima devolvendo-o directamente para o século XIX de onde nunca deveria ter saído. Aquela imagem tirada do rótulo do Porto Velhotes é o Pacheco Pereira? Têm a certeza? Não será o Teófilo Braga? Aquelas crónicas não foram retiradas da Questão Coimbrã ou das Conferências do Casino? Ou o fotógrafo, cheio de maldade, iluminou Pacheco num vertiginoso plongé e disse-lhe: "Oh Stôr! Olhe para a barriga. Não olhe o passarinho, tá? "
ANTES
DEPOIS
Aquilo debaixo dos olhos são olheiras? São papos? São vários níveis de bochecha? Não. Isto não é uma fotografia. É um anúncio de necrologia. Pacheco Pereira está morto e ainda não deu por isso.
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