Hoje há pipis

Pois estou de volta. Mas nao fui de férias. Ainda não de férias. Enquanto andam por aí a torrar à solina eu estiver na Austria a acompanhar os grandes eventos culturais deste Verão. Tal como o Freitas e o Marcelo também eu estive na premiére das Bodas de Figaro no arranque do Salzburg Festspiele que neste ano dedicado ao Mozart estava muitíssimo concorrido. Foi um corrupio do Faistauerfoyer para a Schauspielhaus e ainda arranjei bilhetes para o imprescindível (reparem como vos remeto à ignorância lançando nomes ao acaso e em profusão) e sublime Marc Minkowski no Mozarteum. Isto, claro está, para não mencionar os momentos de puro emaravilhamento logrados na Karl-Bohm-Saal. Pronto. Agora que já brinquei aos critícos do Expresso em período estival posso contar toda a verdade. Estive na Austria, é um facto irrefutável, mas a cultura com c grande ou mesmo com k (não estão bem a ver) é do mais indigesto que há . Citando a minha cunhada “Maldito culturismo!”. Sendo assim não pus os pés em Salzburg. Aliás, desde que a Julia Andrews, o capitão Von Trapp e as crianças largaram a fugir pelas montanhas que o meu interesse pela cidade se apagou. Estive, isso sim, quinze dias em Viena numa grande e longa barbecoa e eu era a febra. A canícula deu forte e a planura do Danubio funciona nesta altura como uma frigideira sem Teflon. As temperaturas andavam entre os 32 e 38 e à noite a coisa não melhorava. Eu ainda cheguei a pensar que tinham posto uma resistência eléctrica debaixo da cama do hotel. A semana passada as duas cidades mais frescas na Europa (tirando Helsinquia que garante sempre uma frescura inabalável) eram Lisboa e Atenas! Já Viena e a Mitteleuropa guisaram-me os neurórios e as valsas na sala dos pequenos almoços deram cabo do resto. Que posso eu dizer mais? Que linda que é Viena pelas festas da Senhora da Agonia! Por conseguinte, amanhã no blog não há pássaros. Há pipis.